terça-feira, 13 de abril de 2010

Saudades

Hoje, por um momento (prolongado) senti saudades...do futuro.
Vi a imagem de como será -
marrom, verde, laranja.
Senti a terra, o cheiro das folhas, me cobri de raios de sol
e senti que você estava perto.
Ainda que por um momento só.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Im Regen

Es regnet. Es regnet als müsste sich der Regen selbst übertreffen. Als müsste er sich und uns beweisen, dass er größer und gewaltiger ist als wir und alles andere. Als würde er einfach alles bedecken und wegspülen können, was wir einmal aufgebaut haben.
Nun, seien wir ehrlich, schwer haben wir es ihm nicht gemacht. Die Häuser, die scheinbar ohne jeden Sinn und Verstand an Hänge gesetzt wurden sind doch keine Herausforderung für diesen oder andere Regen. All die Straßen, die jetzt unter Wasser stehen oder in denen sich Pfützen von der Größe eines Supermarktparkplatzes sammeln, haben wir die gebaut oder haben wir sie wohl eher nicht gebaut?
All die grünen Dächer, die ihn auffangen könnten. Wir haben sie nicht gebaut und tun es noch nicht. Stattdessen haben wir Swimmingpools auf unseren Dächern. Die vorher schon voll waren und jetzt überlaufen. Ironie? Nein. Ironie hilft ja auch nicht immer.
Wär ich der Regen, ich würde wohl müde lächeln.
Ich bin es aber nicht. Er lässt mich (ver-)zweifeln, weinen, sinnen, lächeln, lachen...er lässt uns alle fühlen. Und er hat einen entscheidenden Vorteil gegenüber dem Sonnenschein. Wir spüren ihn, sehen ihn und hören ihn. In meinem Zimmer, mit geschlossenen Augen und wenn auch mit Musik, sein Rauschen und Plätschern übertönt alles. Es regnet, und ich meine das ganz unpoetisch, in uns. Selbst wenn wir es nicht wollen. Ja, heute glaube ich wirklich, dass er den Sonnenschein in den Schatten stellt. Denn, das muss gesagt sein, Regen ist doch immer ein anderer. Vor drei Wochen, auf dem Land, fiel plötzlich ein lauer Sommerregen und wir schauten uns wortlos an, stiegen aus dem Auto und tanzten Barfuß auf warmer Erde. Jetzt jedoch verziehe ich meine Stirn in Falten und möchte doch nichts als mich unter der Bettdecke zu verkriechen. Aber ist der Regen anders, oder bin ich es? Na ja, die Antwort liegt ja auf der Hand.
So viele Gedanken kamen in den letzten Stunden, Tagen hervor. Aber letztlich konnte ich keinen halten. Nur die Gefühle blieben ganz klar. In der Erinnerung und im Jetzt. Und eines scheint mir sicher. Im Regen sind wir uns ganz nah. Als würde er weitersagen, uns zuflüstern, was wir in uns tragen, was wir teilen möchten...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Alimentos contaminados

Segue matéria do Silvio, editor do Le Monde Diplomatique Brasil... muito boa..


Alimentos contaminados 
por Silvio Caccia Bava 

O Brasil é o maior mercado de agrotóxicos do mundo e representa 16% da sua venda mundial. Em 2009, foram vendidas aqui 780 mil toneladas, com um faturamento estimado da ordem de 8 bilhões de dólares. Ao longo dos últimos 10 anos, na esteira do crescimento do agronegócio, esse mercado cresceu 176%, quase quatro vezes mais que a média mundial, e as importações brasileiras desses produtos aumentaram 236% entre 2000 e 2007. As 10 maiores empresas do setor de agrotóxicos do mundo concentram mais de 80% das vendas no país.

Esses produtores viram ameaçadas suas novas metas de faturamento com o anúncio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de que se propõe a reavaliar o uso de 13 produtos agrotóxicos, vários deles já proibidos há anos nos EUA, na União Europeia, e em países como Argentina, Nigéria, Senegal, Mauritânia, entre outros, como o acefato e o endossulfam. Os motivos dessa proibição são evidentes, a contaminação de alimentos, de trabalhadores rurais, e do meio ambiente, causando, literalmente, o envenenamento dos consumidores, a morte de trabalhadores rurais e a destruição da vida animal e vegetal.

Em solicitação ao Ministério Público para a proibição de um desses agrotóxicos – o Tamaron – os então deputados federais Fernando Dantas Ferro, Adão Preto e Miguel Rosseto denunciam que 5 mil trabalhadores rurais morrem, a cada ano, intoxicados por venenos agrícolas, sendo que muitos mais são afetados de maneira grave pela ingestão dos componentes químicos desses produtos.

Frente à disposição da Anvisa de reavaliar produtos como Gramoxone, Paraquat, Tamaron, Mancozeb, Monocrotfos, Folidol, Malation e Decis, o Sindag – Sindicato das Indústrias de Defensivos Agrícolas – recorreu ao Judiciário, solicitando que não sejam publicados os resultados das reavaliações. Houve mesmo iniciativas no Judiciário que pretendiam proibir os estudos da Anvisa que verificavam a segurança das substâncias de 99 agrotóxicos.

O fato é que o setor ruralista, com o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes à frente, a bancada ruralista e os fabricantes de agrotóxicos se puseram a campo contra a iniciativa da Anvisa, e mesmo contra a própria Anvisa e o seu papel fiscalizador. Segundo documento obtido pela ABRANDH – Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos, o Ministério da Agricultura quer ser o responsável pela avaliação e registro dos produtos agrotóxicos.

Para Rosany Bochner, especialista em toxicologia da Fiocruz, instituição parceira da Anvisa no trabalho de reavaliação dos agrotóxicos, "o Brasil está virando um grande depósito de porcarias. Os agrotóxicos que as empresas não conseguem vender lá fora, que têm indicativo de problemas, são empurrados para a gente".

Em 2002, com o início do funcionamento do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, coordenado pela Anvisa, surgiram informações preocupantes. Das 1.198 amostras recolhidas em nível nacional, 17,28% apresentavam índices de contaminação acima do permitido para se preservar a saúde. O tomate, o morango e a alface são os mais contaminados. Se você come amendoim, batata, brócolis, citros, couve, couve-flor, feijão, melão, pimentão, repolho, entre outros alimentos, cuidado! Eles contêm acefato, um agrotóxico que pode causar danos ao cérebro e ao sistema nervoso e provocar câncer no longo prazo. O acefato é proibido em toda a União Europeia.

Segundo o IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor, "o consumidor brasileiro está exposto a um risco sanitário inaceitável, que exige medidas rigorosas dos órgãos governamentais responsáveis, inclusive com a punição dos infratores".

Essa denúncia decorre do levantamento e análise da Anvisa, feito de junho de 2001 a junho de 2002, onde nada menos que 81,2% das amostras analisadas (1051 casos) exibiam resíduos de agrotóxicos e 22,17% apresentavam índices que ultrapassavam os limites máximos permitidos.

Atualmente os agrotóxicos estão em reavaliação tanto pela Anvisa, quanto pelos Ministérios da Saúde e Meio Ambiente. E espera-se que até o final do ano seja divulgada uma nova lista dos agrotóxicos que podem continuar sendo vendidos e os que serão banidos do território brasileiro.

Ainda não existe uma ação integrada desses organismos públicos responsáveis por essa tarefa de fiscalização, mas segundo Agenor Álvares, diretor da Anvisa, a integração é algo indispensável, até para enfrentar a proposta do setor ruralista, que é inaceitável.


Silvio Caccia Bava é editor de Le Monde Diplomatique Brasil e coordenador geral do Instituto Pólis.








I wish you could...

I wish I knew how

domingo, 4 de abril de 2010

A pipa

Acabei de ver um filme que gostaria de não ter visto: guerra ao terror. O filme é bom, mas fiquei no escuro pensando - gritando pra mim: chega de filme de guerra. Chega. Não aguento mais. Como se ainda precisássemos de um filme que nos mostra a crueldade da guerra, a bi-polaridade das pessoas, a falta de sentido...bom, tem gente que precisa, e muito. Mas essa gente vai ver o filme e re-pensar os próprios conceitos? É sempre o mesmo filme: Platoon, Apocalypse Now, Full Metall Jacket, Saving Private Ryan, thin red line..etc.
E sempre acaba sendo a mesmo discussão: o diretor/ a diretora fez uma crítica do jeito que gostamos ou fez um elogio "aos nossos soldados"? Foi demais ou foi demenos?
(...)

Mas tinha uma cena que não sai da minha cabeça: o nosso soldado deitado no chão - depois da detonação de uma bomba amarrada numa pessoa que não quis morrer. Ele consegue abrir os olhos e lá vê uma pipa no sol. Um menino, pelo visto não muito impressionado com o acontecido, está correndo com uma pipa bem bonita, colorida (talvez amarela, não lembro)...

Não sei, mas tenho visto muitas pipas por ai. E eu amo pipas. Deixei uma, minha companheira de longa data, num lugar longe mas não muito distante daqui...lembro dela quando vejo a criançada correndo, soltando uma pipa, rindo, parecendo feliz, parecendo criança. Mas ultimamente o sabor da imagem ficou amarga..

Uma certeza virou pergunta para depois se tornar uma questão...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

memorable

Memorável. Agradeço por mais uma noite memorável. Cheio de amor, carinho, música, dança...cheio de pessoas dispostas...que se jogaram...que se deixaram captar...
Se joga e eu me jogo. E juntos nada pode acontecer...


Some days, some nights, some moments are just memorable.
And if you had a memorable moment  - don't forget it - capture it. Keep it with you.
Today was - another - memorable night. And I am grateful for it. Just as grateful as an "I love you" or an "I care about you" or an "call me when you get home" can make you. It's inspiring...






quinta-feira, 1 de abril de 2010

História de uma gata - história de nos







Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram
O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato
Me diziam todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás
De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás

Composição: Enriquez/Bardotti -
Versão: Chico Buarque